terça-feira, 16 de maio de 2017

Crítica - Pétalas


Sem uma só palavra, o autor Gustavo Borges faz o leitor se deixar levar do começo ao fim de sua história, em Pétalas. A trama retrata um inverno pesado e a criação de uma amizade que surge forte e dura para sempre. Em poucas páginas e com uma narrativa fluida, o autor contou uma história com começo, meio e fim. Pétalas é um daqueles quadrinhos que tem como objetivo ser uma obra de arte. Daquelas que encantam.


E é bem sucedida nisso. É emocionante ver a construção, que tem como personagens principais um filhote de raposa e um pássaro adulto que também é um mágico. No pouco tempo que dura a jornada deles juntos, vemos uma amizade sincera, em que o adulto passa os ensinamentos para o jovem. Mesmo sem uma só fala, vemos como o mais velho transforma o garoto com sua maneira de ver o mundo e com otimismo.


O mágico mostra ao leitor que somos um reflexo de nosso meio. Se assistimos apenas a programas de tragédias, obviamente teremos uma visão pessimista do mundo. Ao passo que se usarmos nosso tempo na Terra para ajudar os outros e nos deixarmos levar por uma música ou notícias mais otimistas, teremos uma visão completamente diferente.


Com belos traços de Gustavo Borges, as cores de Cris Peter têm um importante papel. Os tons frios do inverno são congelantes, enquanto o vermelho do refúgio aquece. A última página, em especial, é linda. O trabalho dos dois casou com perfeição em uma daquelas HQs para ficar na história. Pétalas é uma obra brilhante. 

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