Sem uma só palavra, o autor Gustavo Borges faz o leitor se
deixar levar do começo ao fim de sua história, em Pétalas. A trama retrata um inverno
pesado e a criação de uma amizade que surge forte e dura para sempre. Em poucas
páginas e com uma narrativa fluida, o autor contou uma história com começo,
meio e fim. Pétalas é um daqueles quadrinhos que tem como objetivo ser uma obra
de arte. Daquelas que encantam.
E é bem sucedida nisso. É emocionante ver a construção, que
tem como personagens principais um filhote de raposa e um pássaro adulto que
também é um mágico. No pouco tempo que dura a jornada deles juntos, vemos uma
amizade sincera, em que o adulto passa os ensinamentos para o jovem. Mesmo sem
uma só fala, vemos como o mais velho transforma o garoto com sua maneira de ver
o mundo e com otimismo.
O mágico mostra ao leitor que somos um reflexo de nosso
meio. Se assistimos apenas a programas de
tragédias, obviamente teremos uma visão pessimista do mundo. Ao passo que se
usarmos nosso tempo na Terra para ajudar os outros e nos deixarmos levar por
uma música ou notícias mais otimistas, teremos uma visão completamente
diferente.
Com belos traços de Gustavo Borges, as cores de Cris Peter
têm um importante papel. Os tons frios do inverno são congelantes, enquanto o
vermelho do refúgio aquece. A última página, em especial, é linda. O trabalho
dos dois casou com perfeição em uma daquelas HQs para ficar na história. Pétalas
é uma obra brilhante.
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