A expectativa finalmente chegou ao fim e a JBC trouxe ao
Brasil o que, na minha opinião, é o melhor mangá já feito. Akira, de Katsuhiro Otomo, é uma obra
completa, com muita ação, ficção, amizade e que apesar de escrita na década de
1980, continua muito atual. Aqui no Brasil, é a primeira vez que a HQ chega na
versão mangá. Na década de 1990, a Editora Globo lançou o quadrinho no formato
americano, de leitura da esquerda para a direita e com páginas coloridas. Por
isso, muitos dos leitores brasileiros esperavam a obra com cores, e não preto e
branco. Já outros (me incluo neste grupo) ficaram contentes por ler em preto e
branco, no formato japonês.
Não faltam assuntos para falar do lançamento de Akira, desde
a obra em si, da criação do longa metragem e mesmo da versão da Globo. Por
isso, farei mais de um texto. O de hoje será dedicado exclusivamente ao
material físico da JBC, lançado na semana passada e até com evento para
sacramentar a chegada do quadrinho nas livrarias. Quem quiser adquirir um
exemplar, deve desembolsar salgados R$ 69,90. Mas e aí, vale a pena pagar tudo
isso?
Para responder a essa pergunta, vamos analisar item a item para
explicar nossa opinião.
Dados técnicos
Diferente da maioria dos mangás, Akira é enorme, do tamanho
dos quadrinhos americanos. As dimensões são 25,6 cm de altura, 18,8 cm de
largura e 2,5 cm de profundidade. O primeiro volume chega com 362 páginas. A JBC
já informou que serão seis volumes, sem periodicidade definida e sem previsão
da chegada do segundo volume ao Brasil.
Capa
É a primeira coisa que vemos em qualquer lançamento. Akira
tem uma capa solta, que protege o material, que pode ser tirada para facilitar
o manuseio. Muito bonita, bem trabalhada e com arte em tons fortes de vermelho
e rosa, que deixaram a capa mais bonita que na versão mangá lançada nos EUA. A
lombada em amarelo, com desenhos, provavelmente vai embelezar a prateleira de
muita gente, quando a coleção ficar completa.
Abaixo dessa proteção, temos uma outra capa. Com um desenho
bastante caótico, as cores prioritárias são o amarelo e o preto. Pelo fato de
não haver muitas coisas escritas, a arte fica em . Apenas um “AKIRA” na frente
e um “Akira – 1” na lombada. A montagem também é diferente do que estamos
acostumados aqui, porque é colado na borda e é como se fossem dois papéis
soltos. Esse formato é mais comum no oriente, mas não atrapalha em nada o
manuseio.
Na minha opinião, a JBC fez bonito e a capa saiu perfeita.
Páginas iniciais
As oito primeiras páginas são coloridas, em papel couché. A
arte nesta parte da HQ é de páginas duplas, o que prejudica um pouco a
visualização da arte cheia, já que temos uma dobra no meio do desenho. As
cores, em compensação, estão muito bonitas e o papel é de qualidade.
A obra
A arte em preto e branco fica muito boa no papel Lux Cream.
Segundo Cassius Medauar, gerente de conteúdo da JBC, em conversa no podcast
Confins do Universo, o papel usado foi o mais próximo ao utilizado na versão
japonesa. O papel é leve, mas não é frágil e valoriza a arte de Katsuhiro
Otomo. Com um livro de 362 páginas, o material ficou relativamente leve e é
fácil de manusear.
Conclusões
Conforme mencionei, o material não é exatamente barato, mas
pelo que se recebe, vale cada centavo. O mangá está lindo e impecável. Ao menos
no exemplar que comprei, não se vê uma falha sequer, nem de impressão, nem de
corte (nenhuma rebarba), nem reparei em
nenhum erro de digitação. Ao considerar também que são 362 páginas, o preço não
é alto.
A minha opinião é que o material não poderia ser melhor.
Akira ficou bem nas mãos da JBC, a editora com mais experiência em mangá no
Brasil. A obra merece ser tratada com respeito e foi isso que a equipe
demonstrou ao entregar um material de tamanha qualidade para os fãs atuais e
futuros de uma das melhores HQs de todos os tempos.