quarta-feira, 26 de abril de 2017

Crítica - Deadpool: Caçador de Almas


O mercenário tagarela Deadpool certamente ganhou o filme que merecia em 2016. Com diálogos metalinguísticos, referências aos atores dos personagens e com muitas piadas, a adaptação fez jus às boas histórias do anti-herói. Infelizmente, Deadpool: Caçador de Almas não foi capaz de trazer para o papel o bom humor que o personagem trouxe para a tela. O encadernado tem 140 páginas, com roteiro de Gerry Duggan e Brian Posehn. 

Ao contrário das melhores histórias do Deadpool, as que fizeram dele um personagem único, essa é muito linear e engessada. O tagarela é tão adorado porque ele não sabe o limite dos quadros, “sabe” que é um personagem de quadrinhos, conversa com o leitor. Nesse arco, nada disso acontece. Há uma piada ou duas, como quando ele bate a cabeça ao saltar de um prédio e se pergunta “como o Batman faz isso parecer tão fácil”. Há humor, mas não é tão divertido.


A trama é uma continuação do encadernado anterior “Meus Queridos Ex-Presidentes”. Naquela publicação, a história é mais ridícula, mas no bom sentido, e tem foco no mercenário enfrentando presidentes zumbis americanos, invocados com a intenção de salvar a pátria. Desta vez, temos Deadpool em uma missão simples. Ele precisa matar seis pessoas que fizeram pacto com a entidade demoníaca Vetis. Para isso, ele comete atrocidades em quadros bem sangrentos. Nada verdadeiramente exagerado. Quem está acostumado com o personagem não vai achar nada fora do comum.

A história é contada em duas partes. A primeira, publicada originalmente em Deadpool #7, tem arte de Scott Koblish e se passa na era de ouro dos quadrinhos, segundo o próprio personagem. Ela traz traços imitando histórias antigas do Homem-Aranha e mostra o Deadpool em uma introdução ao arco principal, com a participação do Homem de Ferro da época que teve sérios problemas com bebidas alcoólicas (referência ao clássico “O Demônio na Garrafa”). Esta primeira parte é mais interessante, com piadas, referências e metalinguagem.


Já o arco principal, que reúne Deadpool dos números 8 a 12, com arte de Mike Hawthorne, flui de forma previsível. A história tem algumas reviravoltas, mas são lineares e, por isso, decepcionantes. Não há quebras de quadro, ou nada verdadeiramente interessante. Há um momento que vemos como é “dentro” da cabeça do mercenário, mas é um museu velho e sujo. É conservador demais para um personagem que costuma conversar com o leitor. Faltaram surpresas e ideias mais “fora do quadrado”.


Deadpool se encontra com Homem-Aranha, Demolidor, Jessica Jones. São muitos crossovers e o anti-herói consegue tapear todos os participantes especiais. Mesmo assim, o roteiro não é muito inspirador. O lado positivo fica mesmo para o visual. A arte é bonita do começo ao fim. Outra coisa boa é que a edição da Panini está caprichada, como todas dos encadernados Nova Marvel. Pena que o roteiro ficou aquém do que promete. O personagem merece mais, com um roteiro mais ousado.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Iniciativa Marvel Legacy chega para levar editora de volta às raízes


Em mais uma tentativa de chacoalhar o universo dos quadrinhos e alavancar as vendas, a Marvel anunciou, este sábado, sua nova iniciativa intitulada Legacy. Segundo o chefe criativo Joe Quesada, esta nova era da editora virá para "abraçar as nossas raízes e avançar com entusiasmo para frente". Legacy estreia nos EUA no outono (nossa primavera).

O anúncio foi feito durante o painel "Marvel's Next Big Thing" no evento Chicago C2E2 2017. A nova fase começará com uma edição de 50 páginas, intitulada Marvel Legacy # 1, escrita por Jason Aaron e com arte de Esad Ribic (excelente na fase do Poderoso Thor). O ponto principal desta edição é que após o lançamento, os títulos de longa data da editora voltarão à numeração original.

"A iniciativa Marvel Legacy é uma celebração de tudo que faz da Marvel a melhor em ficção e é um ponto significativo em uma nova era nos quadrinhos da Marvel", disse Quesada. "É um olhar amoroso no coração da Marvel, enquanto abraçamos nossas raízes e nos movemos com entusiasmo para frente com todos os personagens da Marvel que você conhece e ama, estrelando as maiores e mais audaciosas melhores histórias", informou.


Quesada também disse que outra coisa que balançará o universo da editora será a volta de um pilar importante da Marvel. As especulações apontam para o retorno do Quarteto Fantástico, mas ainda não há nada confirmado sobre isso. 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Crítica - Mulher-Maravilha Terra Um


A heroína mais popular da DC ganhou uma nova publicação com tratamento de luxo no Brasil. Mulher-Maravilha: Terra Um tem 148 páginas, capa dura e traz uma equipe criativa de renome, com Grant Morrison, um dos mais criativos roteiristas do mercado editorial e o responsável por recontar a origem da personagem. Os desenhos são de Yanick Paquette e as cores, de Nathan Fairbairn. Os três, juntos, criaram um dos melhores episódios da personagem desde que foi criada. O roteiro não tem enrolações, os desenhos estão lindos e são muito bem preenchidos com as cores de Fairbairn.

Visual mescla o clássico com moderno, rico em detalhes

A trama começa com o semideus grego Hércules fazendo a rainha Hipólita se ajoelhar perante ele, com uma multidão de mulheres enjauladas como testemunhas. Ao tentar estuprá-la, porém, a realeza consegue inverter o jogo e matá-lo. Ela liberta suas protegidas e diz que dali para frente, nenhum homem interferirá em seu reinado. A história tem um salto de 3 mil anos, vindo para os dias atuais, mostrando a história da filha da rainha na Ilha Paraíso. A princesa anseia por conhecer o mundo, mas é proibida pelas leis do local.

Porém, ao encontrar um piloto da força aérea americana ferido na ilha, ela decide ajudá-lo e foge para o continente, local de origem dele. Com isso, ela é mal vista pelas moradoras da Ilha e caçada por elas. A história não tem muita ação, mas é dinâmica, acontece bastante coisa. Em 148 páginas, vemos o motivo do isolamento das amazonas, a origem da Mulher-Maravilha, sua rebeldia, fuga para o mundo dos homens e retorno ao lar. Sem esquecer também uma série de referências à mitologia grega, não deixando para trás uma das características mais marcantes do universo da personagem.

Estilo arquitetônico da Ilha é visivelmente grego

Os traços são bastante interessantes. No começo, quando vemos apenas a Ilha Paraíso, parece que todas as personagens são desenhadas com o mesmo corpo. Ao levar a história para o continente, porém, as pessoas têm corpos mais flácidos ou magros, o que causa espanto à Mulher-Maravilha, que está acostumada a ver apenas mulheres grandes e fortes. Aliás, ela mesma talvez tenha sido desenhada em uma de suas versões mais robustas. É uma mulher grande e com estrutura bastante larga.

Diana se desespera ao ver mulheres doentes do continente

A Ilha é um cenário que à primeira vista parece bastante absurdo, por ser uma mescla de paraíso natural com uma espécie de sonho erótico do autor. Com mulheres guerreiras, fortes e sem nenhum homem à vista, é um local não apenas de combates e prosperidade, mas também de libertinagem e bebidas. As mulheres claramente têm relações lésbicas de forma desinibida. Na verdade, isso é uma referência a Esparta. Muitos arquivos históricos apontam que os lendários soldados, cercados apenas por homens durante anos e anos, passavam a praticar relações homossexuais com os companheiros de batalha.

Com isso, Grant Morrison aproveita para dar um tom fetichista à história. Em certo ponto, a protagonista oferece ao piloto uma coleira de couro com espinhos de metal para que ele use e se ajoelhe perante ela. Além disso, a princesa passa parte da história acorrentada, totalmente dominada por suas captoras. Se levarmos em consideração que na Ilha as mulheres são desenhadas muitas vezes em poses mais provocantes e temos a sexualização da mulher, isso pode ser visto como um ponto bastante negativo na história. Afinal, além da objetificação da mulher, em dois momentos vemos uma mulher dominada, humilhada. E o mesmo não acontece com os homens. Mesmo no início, quando Hércules é morto, ele não é humilhado.


Mulher-Maravilha subjulgada por suas companheiras

Os autores perderam a oportunidade de criar um hino feminista nesta obra. Apesar disso, o encadernado tem muitos pontos positivos. A história é interessante, a protagonista é carismática, belíssima e a arte é um espetáculo. Os cenários são lindos, ricos e detalhados. A Ilha Paraíso faz jus ao nome, com cores vivas e traços que dão ar de futurismo a uma Grécia antiga. O trio de autores entrega ao leitor uma das melhores releituras da personagem, que merece uma continuação, talvez se impondo mais no mundo dos homens e mostrando sua força em um mundo patriarcal.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Crítica - Ms. Marvel: Apaixonada


O encadernado de capa dura Ms. Marvel: Apaixonada, escrito por G. Willow Wilson e com ilustrações de Elmo Bondoc e Takeshi Miyazawa, chega ao Brasil com as edições de Ms. Marvel 12 a 15 e S.H.I.E.L.D. 2. No livro, temos mais um arco de histórias de Kamala Khan, que é certamente uma das principais personagens a surgirem nos últimos tempos no Universo Marvel. A proposta de uma adolescente não-caucasiana ter uma série solo, com equipe criativa forte, é de mostrar ao mundo que não são apenas os heróis homens, brancos que tem vez. Agora, as minorias têm voz e espaço.

Na Marvel, especialmente, sempre houve lugar para os oprimidos. O nerd da escola que apanha, o garoto cego, o franzino que não tinha condições físicas de defender o próprio país, o mutante, que sofre preconceito. Enfim, uma gama de personagens que sofre nas mãos da sociedade comum, racista.

Com o passar dos anos, porém, ficou muito claro que os heróis eram quase todos brancos, e homens. Os quadrinhos retratavam uma realidade que, décadas atrás, era outra. É possível que o excluído, ao menos nos EUA, fosse o garoto raquítico. Mas a sociedade mudou, e hoje os preconceitos são outros. A xenofobia, homofobia, machismo estão muito evidentes. É como se os preconceitos estejam enraizados no ser humano. Mesmo nos leitores de HQ, que leem muitas histórias que falam justamente sobre a aceitação ao próximo.


Mas mesmo com a mudança da sociedade, muitas coisas ficam inertes, sem evolução ou novos olhares. Por exemplo, o Peter Parker sempre tem sua origem como Homem-Aranha contada como um garoto branco que apanhava na escola. É uma referência a todos os adolescentes que sofrem nas mãos de valentões. O leitor se vê na história e torce pelo garoto, para que ele supere esses problemas. Porém, só pelo fato de Peter não ser negro, ou gay, ou estrangeiro, ele não é a pessoa que mais sofre nas mãos de opressores. Ele não passa pelos mesmos constrangimentos que uma mulher, por exemplo. Ou alguém de uma cultura diferente.

Já no caso da jovem Kamala Khan, não se pode dizer o mesmo. Na terceira aventura da garota, além de vermos os problemas que ela sofre por ser de uma família paquistanesa conservadora, em um país com uma cultura completamente diferente, novos desafios são apresentados. Nas histórias anteriores, vemos a adolescente com sérios problemas de adaptação na sociedade em que está inserida. Ela não é completamente aceita pelos jovens americanos comuns, justamente por ser de uma cultura que teme o estrangeiro, principalmente o muçulmano (ainda mais pós 11 de setembro). Mas também sofre muita repressão da família, que tem uma cultura machista, que tenta forçar a jovem a viver de acordo com costumes pelos quais ela não é 100% a favor.

Por um lado, ela tem pais que tentam proibi-la de se envolver com a sociedade. Pelo outro, ela tem uma sociedade que por puro preconceito não quer aceita-la. E ela não exige muito. Só quer ser uma garota com os mesmos direitos de qualquer um. E por ser completamente excluída, ela se apega ao mundo virtual para compensar. Ela gosta de jogos online e é fã de super-heróis. A metáfora perfeita a muitos leitores de quadrinhos, que buscam nos heróis da ficção uma fuga da própria realidade.

Como se não bastasse ter todos esses problemas na cabeça, a garota ainda se vê cheia de super poderes e os desafios pulam na sua frente sem dar trégua. Antes do arco Apaixonada, dividido em três capítulos, o encadernado traz uma história em que Kamala conhece Loki. O ex-vilão nórdico vai até a escola da heroína para tentar fazer dela e o melhor amigo dela, Bruno, um casal. Ele vai com boas intenções, mas acaba arruinando tudo, em uma história leve e divertida, mas que serve de introdução à trama principal. Que foi publicada originalmente nos EUA em Ms. Marvel dos números 13 ao 15.


Logo no início, Kamala começa a treinar com os Inumanos para tornar-se uma heroína mais qualificada. As primeiras dificuldades da garota passam a ser conciliar estudo com a vida deMs. Marvel. Nesse meio tempo, ela revê um jovem filho dos melhores amigos paquistaneses de seus pais, que volta a morar na mesma cidade que ela, Jersey City. O garoto logo a conquista, por ser bonito, carismático e fanático por jogos online.

Dessa vez, a heroína adolescente tem que enfrentar vilões, esconder sua identidade dos pais, tirar notas boas na escola e lutar contra o sentimento tão comum a qualquer garota da idade, que é a paixão. E em outra excelente metáfora, ela enfrenta também um machismo muito forte e desconfiança em si mesma, quando cai em uma armadilha e o vilão disse que ela foi ao lugar por vontade própria. Com essas palavras, ela passa a duvidar de si mesma, pensando que de fato a errada é ela, em uma clara referência ao estupro, quando garotos escapam dos problemas ao dizer que a garota abusada aceitou sair com ele, então foi consentido.


Por levar temas fortes, mas de forma leve e com uma capa super-heroica, Wilson transforma Kamala em uma das melhores personagens do universo Marvel. Ela é simpática e muito inocente. Mas é forte, não apenas fisicamente, como qualquer mulher pode ser. Ela enfrenta o machismo enraizado na sociedade com coragem e confiança. Ela é a porta-bandeiras de uma geração de garotas que precisa ganhar o mundo, que vai bater em muros de preconceito, mas que unidas são mais fortes do que imaginam.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Crítica - Gaviã Arqueira: Vingadora da Costa Oeste

O Gavião Arqueiro nunca foi dos heróis mais populares da Marvel Comics. Imagine então sua parceira feminina Kate Bishop, a Gaviã Arqueira, que tem como principal ídolo o herói Clint Barton. Porém, mesmo sem todos os holofotes do mundo virados para eles, o escritor Matt Fraction, responsável pela série mensal Hawkeye, resolveu dar uma importância maior à heroína. E a saga, originalmente lançada em 2013 nos EUA, chegou ao Brasil pela editora Panini, que trouxe a história solo dela no encadernado Gaviã Arqueira: Vingadora da Costa Oeste, que reúne as edições 14, 16, 18 e 20 de Hawkeye e Hawkeye Annual 1.


A história começa em Nova Iorque, com uma discussão entre a heroína e seu tutor Clint Barton, o Gavião. A garota não aguenta mais os problemas em que o herói se mete e resolve ir para Los Angeles e se ver livre da vida confusa que tem. Totalmente inconsequente, ela é pega em uma armadilha pela vilã Madame Máscara logo no começo da trama. Sem muita experiência no combate ao crime, ela se vê tragada em uma história com mensageiros malignos de hotel, floriculturas, policiais gorduchos e velhos tarados.


Antes mesmo da metade da trama, Fraction introduz na história novos personagens, que passam a ser os melhores amigos de Kate em Los Angeles. Ela os conhece assim que se estabelece em sua mais nova casa. Eles são dois homens negros de meia idade que estão prestes a se casar. É um tapa na cara de quem acha que histórias em quadrinhos não são lugar para mensagens políticas e sociais. A história é leve e não foca, em absoluto, em mensagens de inclusão, mas coloca uma mulher e um casal homoafetivo sob os holofotes de uma divertida saga, inserindo a diversidade da melhor forma possível na trama.

E enquanto faz o papel de criar um ambiente menos conservador, Fraction mantém “diversão” como a palavra da vez. Kate enfrenta problemas sempre com o pensamento de super-heroína, mas não consegue se firmar como uma. Ela é impulsiva, esquece as possíveis virtudes dos rivais e se envolve em mais problemas do que consegue dar conta. Um retrato excelente de uma jovem adulta que acabou de sair da adolescência.


Durante o encadernado inteiro, enquanto busca um dinheirinho para sobreviver em Los Angeles, ela persegue e ao mesmo tempo foge de sua Nemesis, em uma história linear. A cada capítulo (cinco no total), o foco é em uma trama menor, mas que de alguma forma está ligada à principal, o que não cansa o leitor, já que há variedade de personagens e de subtramas. O desenvolvimento da personagem é muito interessante e a ligação que faz com os personagens novos é muito boa.


Gaviã Arqueira mostra à Marvel que o problema atual da editora não é a diversidade. Caso fosse, uma personagem derivada do Gavião Arqueiro, que tem na trama coadjuvantes negros e gays, jamais daria certo. Fraction soube fazer uma história divertida e intimista, mostrando que não é preciso explodir o mundo e usar os maiores vilões e heróis para se fazer uma história. Ele fez um thriller de ação bastante interessante, colocando frente a frente uma heroína atrapalhada e uma vilã cartunesca, criando um spin-off de um dos heróis mais divertidos da Marvel nos dias de hoje.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Curtinhas da semana (13/04)

Marvel encarece quadrinhos e lidera vendas do mês

Capa de The Amazing Spider-Man #25, com o amigão da vizinhança se protegendo do preço da edição

Com a nova edição de Amazing Spider-Man a dez dólares e HQs mais caras que as da concorrência, a Marvel teve renda maior que a DC em março, nos EUA. Apesar de vender menos, a editora conseguiu ter o faturamento maior no mês, com 35,41%, contra 28,75% da DC.

Novo vilão em Aquaman

Ressucitado na franquia Mercenários, Dolph Ludgreen volta aos Blockbusters

O ator Dolph Ludgreen foi confirmado como o Nereus, vilão do próximo filme do Aquaman. O eterno Ivan Drago se junta ao elenco que já conta com Jason Momoa, Amber Heard, Nicole Kidman, Patrick Wilson e Willem Dafoe. Aquaman estreia nas telonas em 21 de dezembro de 2018.

Thanos em Deadpool?

Quem lembra dele em Goonies? Todo mundo

A Fox anunciou que Josh Brolin interpretará Cable em Deadpool 2. O ator já faz parte do universo Marvel nos cinemas, no papel de Thanos. Porém, como os estúdios são diferentes e o ator fica irreconhecível como Thanos, não haverá problema algum.

Novidades não muito novas nas séries da DC

Foto nada misteriosa que Stephen Amell postou no Twitter

As séries da DC também terão novidades em breve. Com o sucesso de Arrow diminuindo, a Warner anunciou a volta do vilão mais querido dos fãs: o Exterminador. E em Supergirl, o estúdio revelou que o primo da protagonista, Superman, fará uma participação no final da temporada atual.

Por hoje é só.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Crítica - O Planeta Hulk


O Planeta Hulk foi lançado originalmente nos EUA na publicação regular The Incredible Hulk, do número 92 ao 105, entre abril de 2006 e junho de 2007. No Brasil, foi publicado como mini-série pela Panini e depois republicado em capa dura. Uma das maiores sagas do Gigante Esmeralda, foi escrita por Greg Pak e ilustrada por Carlo Pagulayan e Aaron Lopresti. A história se passa após eventos da série Illuminati, quando um grupo de super-heróis decide (não pela primeira vez), que o Hulk é um ser instável e muito perigoso, por isso deve ser mandado ao espaço. As consequências dessa decisão são muito importantes para o Hulk, que tem nessa saga seu único clássico do século XXI.

A nave em que o herói verde é colocado ruma a um planeta que lhe proverá oxigênio e alimentos, mas afastado da humanidade, mantendo o planeta Terra seguro. Porém, ao perceber o que acontece, Hulk fica ainda mais irritado e destrói a nave que está dentro, perdendo-se do rumo. Com isso, ele cai em um planeta inóspito chamado Sakaar, em outra galáxia.

Este lugar é comandado por um tirano chamado Rei Vermelho, que faz do mundo um campo de batalha de gladiadores. Os mais fortes são tratados como estrelas, e os mais fracos, fadados à morte. É uma forma de colocar os guerreiros que ameaçam seu império trancafiados. Quando Hulk chega, é percebido rapidamente e fazem dele um gladiador. Mesmo longe da Terra, com muitas criaturas interplanetárias, ele se destaca e vence todos que enfrenta. Incluindo um Surfista Prateado e Bill Raio Beta.


Nesta saga, a raiva de Hulk é tamanha que o lado “Dr. Jekyll” de Bruce Banner se funde ao “Sr. Hyde”, fazendo com que ele tenha a inteligência do doutor e a força do monstro, uma combinação extremamente perigosa para qualquer mundo. E entre as lutas e planos de fuga do local, o herói conhece seus companheiros de batalha, pelos quais se afeiçoa.

Enquanto vira amigo desses guerreiros, que compartilham ringues de batalha com ele, a população do planeta volta os olhos ao Golias Verde e começa a vê-lo não apenas como um lutador, mas como um possível herói que vai libertar Sakaar da tirania. E ele, de fato, vira o maior problema do Rei Vermelho, derrota-o e monta um governo mais justo, tentando, inclusive, formar uma família. Porém, como a música da série dizia, “na fossa vive o Hulk” e mais uma tragédia volta a acontecer com ele.


A trama é muito envolvente e, por ter sido contada durante muitos meses, Pak pode mostrar muitos detalhes da história, apresentando o planeta e as personalidades dos heróis e vilões com muita profundidade. Tudo com calma e sem cortar caminhos. Essa é uma das histórias mais bem contadas do herói, com ritmo excelente, fazendo uma excelente mescla entre drama e ação. Um clássico indispensável na biblioteca do personagem.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Power Rangers - Ranger Verde Ano Um


A editora Pixel lançou em março o primeiro encadernado da série de quadrinhos Mighty Morphin Power Rangers, baseado na série homônima de televisão dos anos 1990. O material chegou ao Brasil com 128 páginas, capa dura e traz as edições 0 a 4 da série lançada originalmente nos Estados Unidos pela Boom Studios.

Antes de muitos detalhes, já vamos ao que mais interessa. Sim, a história é boa e vale a pena para quem é fã da série. É possível também que quem não era fã da versão televisiva goste. A aposta da Saban em investir em um estúdio com bons profissionais para lançar sua versão de quadrinhos foi acertada. O roteirista Kyle Higgins tem experiência no mercado e já escreveu Batman e Asa Noturna, enquanto o ilustrador Hendry Prasetya já foi responsável pela arte de Poderosa.

O maior defeito da publicação não afeta os leitores brasileiros, já que é o fato do volume zero ser muito importante para o entendimento da história. Como ele está no encadernado, não prejudica. Surpreendentemente, não existem outros pontos negativos que não seja o fato de ser mais uma série de ação, que realmente não traz grandes novidades.

Agora, para quem procura uma história simples, amarrada, com boas ilustrações e bastante dinâmica, o quadrinho cumpre o papel. A trama se passa na mesma cidade da séria, a Alameda dos Anjos, logo após os eventos do arco do Ranger Verde da série televisiva, considerada a melhor da franquia, mas não é preciso assistir para entender o que está acontecendo. A escolha foi acertada, já que coloca o grupo original de cinco Rangers e um ex-inimigo juntos tentando ser uma equipe. As consequências e desconfianças são muito melhor trabalhadas que na TV, que praticamente ignora o fato do atual parceiro ter acabado de tentar cravar uma espada no líder da equipe.


Higgins explora bem as personalidades dos Rangers, mesmo em tão poucas páginas. Tommy e Kim (Verde e Rosa) são os que têm mais espaço na história e começam a desenvolver empatia e apreço um pelo outro, como na televisão. Jason e Zack (Vermelho e Preto) estão bastante diferentes, sendo o primeiro um típico líder chato, que não entende os problemas, apenas quer suas ordens cumpridas. Já o segundo está mais emburrado e menos dançante que na série original. Trini e Billy (Amarela e Azul) aparecem menos, mas mantêm algumas características como o cuidado que a garota tem com os outros e a inteligência enorme do garoto.


Temos também uma passagem curta de Bulk e Skull. Na série original, são bullys da escola. Aqui, são de uma espécie de fã clube dos Rangers e responsáveis por algo que parece ser um canal de Youtube com vídeos originais dos defensores da Alameda dos Anjos. No fim do encadernado, a Pixel trouxe também uma história complementar, que foi lançada nos EUA nas primeiras edições, escrita por Steve Orlando e ilustrada por Corin Howell. Em uma referência à série de TV, Kimberly diz a Tommy que eles funcionam melhor em doses menores. E é exatamente isso que faz Higgins na trama principal, insere quase que por obrigação os personagens, de forma homeopática, mas de forma funcional, que mostra a atenção dos responsáveis pelos detalhes. É um fan service, mas carinhoso. Muda os personagens, mas os mantém lá como lembrança por terem sido parte importante da série original.

Sem muito Sitcom adolescente, que tomava mais da metade do tempo de cada episódio, a história mostra Rita Repulsa tentando retomar os poderes do Ranger Verde para ela. A escolhida para fazer o trabalho sujo é Scorpina, uma vilã recorrente da série televisiva, já que a imperatriz do mal afastou seu principal servo Goldar, após ele ter falhado na última missão (a saga Ranger Verde, da TV). Enquanto é atacado, Tommy deve se desviar não só dos inimigos, mas também das visões e tormentos que Rita ainda lhe causa. Como se isso não bastasse, o garoto faz parte de um grupo que lhe trata com nada mais que desconfiança, com exceção de Kimberly, a única que realmente tenta ajuda-lo.

A trama é intercalada entre conflitos dos jovens na escola, entre eles mesmos e, obviamente, temos muitas cenas de ação enquanto os defensores tentam se acertar. As cenas de combate são muito dinâmicas, com movimentações melhores que na TV. Os equipamentos dos Rangers, que sempre eram coisas feitas nitidamente feitas de plástico, dessa vez tiveram os traços mais afinados, modernizados e combinam mais com os trajes. E os zords, que são os robôs que cada um deles controla, também são muito mais interessantes que na TV, já que tem mobilidade e se apresentam como máquinas de combate individuais. Coisa impossível de ser criada em uma série de televisão da década de 1990, que apenas colocava os cinco robôs na tela para se acoplarem, formando o Megazord.


O artista aproveitou a trama e o material de base para criar desenhos dinâmicos e de boa qualidade, equiparada a séries de primeira linha da Marvel e da DC. A ação é impactante e os fãs conseguem facilmente reconhecer os cenários da eterna série original, como a prisão de Goldar, a sala de controle de Zordon e espaço da cruel Rita Repulsa. A arte das capas é ainda melhor e a Pixel trouxe todas elas como material extra. Todas são muito coloridas e têm muito brilho, casando perfeitamente com os Rangers, que nada mais são do que um grupo muito colorido de super-heróis japoneses.


Para quem é fã da série, o material é leitura mais do que indicada, trazendo os Rangers em um patamar de poderes nunca antes mostrados, com um ponto de vista mais moderno e sem perder um pingo da essência da série televisiva. Temos Rangers contra vilões clássicos e Megazords enfrentando monstros gigantes, destruindo toda a cidade. A trama simples dá espaço para o artista brilhar e trazer os Rangers originais para os dias de hoje em uma releitura ótima de uma das séries infantis mais icônicas de todos os tempos. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Teaser Trailer de Thor: Ragnarok já me enganou

A Marvel Entertainment liberou, hoje (10), o primeiro teaser trailer de Thor: Ragnarok. Confira:



Achei fantástico. Por mais que não goste dessa mania de colocar músicas excelentes só para fingir que o filme terá uma magia que não tem de verdade, o espetáculo visual já me iludiu. Diferente de Esquadrão Suicida, que tem um trailer com boa música, mas nada que preste no vídeo, a Marvel fez um trabalho bastante decente, aqui.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Nova HQ Jean Grey tem imagens liberadas

A Marvel Comics liberou, hoje, dez páginas de um preview da nova HQ solo da Jean Grey. A história vai tratar da jovem mutante que veio do passado, não a da linha do tempo “normal” e vai mostrar a luta da garota contra a força Fênix. Por já ter tido visões de tudo que sua versão adulta fez sob os poderes da entidade, ela quer se preparar para fazer tudo diferente.

Mas mesmo com todas as visões, premonições e avisos, será que ela é capaz de enfrentar a entidade mais poderosa do Universo? Ou será que o destino que a aguarda tem reservado a ela apenas dor, destruição e sofrimento? Quem escreve a história é Dennis Hopeless e os desenhos ficam a cargo de Victor Ibanez.

Infelizmente, a publicação ainda não tem confirmação de chegada ao Brasil.


Veja abaixo as imagens liberadas. São seis capas e quatro páginas que vão compor a história.

 Capa regular





 Capa Variante

 Capa Variante

 Capa Variante

 Capa Variante

Capa Variante

terça-feira, 4 de abril de 2017

Marvel Comics passa pela maior crise desde os anos 1990

A Marvel Comics escancarou, durante este final de semana, sua pior crise após a quase falência total nos anos 1990. Em uma reunião com os maiores lojistas de quadrinhos dos EUA e um do Canadá, Axel Alonso, editor-chefe da Casa das Ideias, e David Gabriel, vice-presidente de vendas e marketing, informaram que gostariam de entender melhor os motivos da diminuição drástica das vendas da empresa. Esta foi a maior reunião da Marvel com o mercado no século XXI e a cobertura foi feita exclusivamente pelo veículo ICv2.

Os motivos, além de muitos, são alarmantes e afetam toda a estrutura da editora. Mas fica evidente que foi apenas agora que soou o alarme da empresa, afinal, dos 15 quadrinhos mais solicitados pelos lojistas em fevereiro deste ano, apenas um (Amazing Spider-Man) é de um personagem forte da Marvel Comics. A lista é praticamente dominada pela DC e dois dos títulos, Star Wars Darth Maul e Star Wars, são produzidos pela editora, mas não são dos personagens tradicionais da casa.


Lembrando que, nos EUA, o mercado de quadrinhos funciona por meio de solicitações dos lojistas e quando eles não vendem, são eles mesmos que lidam com o prejuízo. Portanto, a lista de quadrinhos encomendados reflete quase que com perfeição a procura e vendas das HQs.

Para entender os motivos da baixa das vendas, a Marvel chamou os lojistas, pois são eles que lidam com o consumidor final. Segundo os vendedores, um dos principais pontos a ser observado é a diversidade promovida pela editora. A Marvel tem tentado há anos se modernizar e levantar a bandeira da igualdade entre todos no universo dos quadrinhos, introduzindo mais personagens negros, homossexuais e árabes, por exemplo. Porém, o que se percebeu é que o público consumidor é conservador.

De acordo com os lojistas, os compradores têm reclamado muito da descaracterização dos personagens clássicos, como o Capitão América, que passou a ser o Falcão Negro, o Thor, que atualmente é uma mulher, e tantos outros. O mundo real, conservador, homofóbico, encontrou o mundo dos quadrinhos. A Miss Marvel, que atualmente é uma árabe, está em uma fase positiva, com críticas e vendas consideradas boas para a editora, mas esse é um ponto fora da curva, não um exemplo.


E como se não bastasse esse problema, outro bastante grave é que os leitores estão desinteressados pelos reboots ou reinvenções de personagens clássicos, trazidos, em geral, por grandes sagas e eventos. Em meados dos anos 2000, época da Queda dos Vingadores, esses acontecimentos costumavam ser anuais. Hoje em dia, existem tantos eventos que eles ocorrem simultaneamente, sem espaço de tempo entre eles, com personagens participando de mais de um ao mesmo tempo. Além de confundirem os leitores, isso gerou desinteresse e o público fiel parou de acompanhar seus personagens favoritos, por estarem diretamente ligados a esses eventos. O mais recente é o Secret Empire e Alonso fez questão de dizer que não há mais nenhum planejado depois deste.


Não bastasse isso, reiniciar os números das HQs, começando tudo pela edição #1, funciona a princípio, mas para por aí. Segundo Alonso, imediatamente após o reboot, as vendas aumentam muito. Quando as vendas começam a despencar, outra saga surge e reinicia tudo novamente. Mas aí o estrago já está feito e o leitor já ficou completamente desinteressado.

Outro ponto bastante grave apontado pelos representantes do mercado foi a falta de competência de segurar as melhores equipes criativas na casa. Se olharmos superficialmente, as duas empresas que dominam o mercado, Marvel e DC, vendem praticamente o mesmo produto, com histórias de super-heróis e ação. Com isso, os trabalhos autorais ficam de fora da jogada. Por isso, os times criativos de mais talento preferem ir a outras editoras, colocar seus trabalhos autorais para apreciação do grande público. Com um mercado mais seleto, menor custo de distribuição e contratos que favorecem mais os artistas, empresas como a Image conseguem “roubar” os talentos da Marvel, oferecendo contratos mais lucrativos para os artistas, apesar das vendas menores.

Tudo isso converge para um ponto. O mercado de quadrinhos sempre foi muito fechado e tentou atingir as mesmas pessoas por décadas. Agora, é necessário se reinventar. Buscar a diversidade não funcionou, nesse momento. Pode até ser que funcione no futuro. A DC, por exemplo, para melhorar as vendas, recriou seu universo e trouxe os personagens da forma que eram antes, com leves alterações.  


Sem ter uma fórmula correta do que fazer agora, aumentando as vendas, mas sem se fechar novamente em uma bolha, buscando coisas diferentes, a Marvel tem um caminho muito difícil e imprevisível. Deve haver um grande chacoalhão por parte dos editores. A publicidade e marketing da empresa também precisam se reinventar, para atingir públicos que não atinge hoje. Toda a estrutura deve ser alterada se a editora quiser fazer um papel diferente no mercado, pensando não apenas nas vendas de agora, mas se planejando para o futuro.